A tarde foi passando e a Dipirona já praticamente não fazia efeito contra a febre, embora parecesse aliviar a dor.
Às 16h pedi novamente o medicamento. O termômetro acusava 38,5°C. Havia 6h que ele havia tomado a última dose e a temperatura tinha cedido apenas 0,5°C e retornado.
Continuava sem alimentar-se.
Sua respiração vinha acompanhada de gemidos baixos ao soltar o ar, era rápida e muito quente.
A esta altura, só o que me aliviava um pouco o espírito era saber que o pai estava a caminho.
As horas passaram e a febre, de novo, cedeu somente 0,5°C, permanecendo nos 38°C.
Um dos pediatras informou que havia prescrição de reinício de antibióticos à noite e que Arthur provavelmente seria removido para a UTI na manhã seguinte.
O dia foi passando, e nenhuma melhora.
Quando acordado, Tuco queria apenas ficar sentado no meu colo recostado ao meu peito. Mesmo que ficasse acordado raramente e somente alguns poucos minutos.
A noite chegou.
Jaecy ainda não havia chegado ao hospital.
Jaecy ainda não havia chegado ao hospital.
Eram umas 18:30h, mais ou mennos, e Gládis, minha irmã, ligou para avisar que havia feito contato com diversas pessoas conhecidas, em vários estados do Brasil, de religiões as mais variadas, informando o estado de Arthur e, que todos fariam uma corrente de orações por 5 minutos, às 19 horas em ponto, horário de Brasília.
Peguei um livro de orações que eu lia diariamente para ele, enquanto dormia, e li algumas para "preparar o meu espírito" para a corrente de orações.
Faltando 5 minutos, Glá me liga de novo para saber se estou pronta, digo que sim.
Aproveitei os 5 minutos que faltam e checo a temperatura: 38°C. Faziam 3h que ele tinha tomado a dipirona e a febre não cedera mais que meio grau. Era como se tivesse bebido água.
Abaixei a grade lateral do berço. Me ajoelhei com as mãos postas sobre o lençol e fiz 10 minutos de oração.
Nestes período de tempo, esqueci de tudo o que me rodeava. Não senti os joelhos no chão frio do hospital. Não senti angústia. Somente uma sensação de distanciamento do corpo. Uma calma profunda me invadiu.
Abri os olhos. Tinha chorado sem perceber. Levantei-me. Aproximei meus lábios da testa de Tuco e, com cuidado para não perturbá-lo, toquei sua testa suavemente. Quase não acreditei... Arthur suava levemente na testa, que apresentava TEMPERATURA IGUAL A MINHA.
Apressada, peguei o termômetro e conferi a temperatura: 36,5°C.
Meia hora depois, Tuquinho jantava com excelente apetite. É bem verdade que comeu menos do que comia antes, mas COMEU! BEBEU! SORRIU! BRINCOU!
Não apresentou mais febre depois desta noite e recuperou apetite, sede e disposição.
Não me perguntem o que significa isso. EU NÃO SEI! Tirem suas próprias conclusões. Acreditem no que quiserem. Não faço este relato como apologia de religião alguma. Apenas escrevo o que aconteceu porque foi assim que se deu. Eu só posso dizer que nenhum médico soube dizer o que Arthur tinha e o que aconteceu com ele nesta noite. Nenhum deles soube explicar seu pronto restabelecimento.
A partir deste dia, Jaecy e eu, decidimos dedicar um tempo de nossas vidas a buscar mais respostas a respeito da vida e seu significado. Estamos lendo, estudando e aprendendo. Estamos transmitindo às crianças essa nova visão de vida que estamos descobrindo (em alguns momentos, para mim, redescobrindo). E a verdade é que TEM VALIDO MUITO A PENA!
Tuquinho nos dias seguintes